quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Reflexões de Uma Tarde Chuvosa

Ao levar minha namorada para pegar o ônibus, me deparei com uma linda tarde chuvosa. Ficamos conversando, e me pego perplexo, ao perceber a felicidade que me invade por me deparar com a simplicidade ser um momento infinito.

O asfalto reflete o céu acinzentado, os carros, as árvores e, principalmente, a vida. Vida essa que se passa despercebida em meio a todas as nossas preocupações cotidianas e, de certo modo, desimportantes em meio a imensidão de uma vida, mesmo que curta, indescritível com as minhas palavras humanas.

Pouco tempo depois de ela subir ao ônibus e nos separarmos, continuo sentado, e num momento repente, me sinto parte do todo. Enquanto todos correm da chuva, ou passam protegidos pelo teto de seu automóvel, ou guarda-chuva, eu fico, e me pergunto: o que há de tão importante para todas essas pessoas estarem perdendo esse momento de incrível explosão de vida, que eu, ali parado, pude perceber. Ou será que tal beleza foi apenas fruto da minha imaginação? Quem pode saber? Apenas sei que, por alguns instantes, e um silencio (de palavras) o vazio do mundo foi preenchido, consigo sentir, mesmo que sem entender, tudo aquilo que as palavras não me explicaram até hoje.

Percebo como a felicidade pode ser simplória, e logo me questiono como isso nos foi “tirado”?
Como é que nos fizeram acreditar que para sermos felizes precisamos de algo mais, algo esse que o mundo não nos provém. Quem é que inventou uma mentira tão boa, que fez as pessoas desacreditarem da “verdade”?


Mentira essa, que transforma a curta vida humana numa corrida eterna em busca de "um nada", que faz com que todos deixem de ver o crescimento de seus filhos, o nascer do sol, o brilho das estrelas, o cair de uma folha, uma tarde chuvosa.

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